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World of M com... #1 Beatriz Pessoa

Fotografia: Teresa Queirós®

Beatriz Pessoa, 21 anos e uma carreira absolutamente promissora no mundo da Música. É portuguesa e super talentosa mas como não apareceu em nenhum programa musical televisivo, muito provavelmente nenhum de vocês a conhece, certo?

Isso muda hoje e, acreditem, vão adorar ouvi-la e conhecê-la!

Formação

Beatriz começou os seus estudos na Música, aos 13 anos, na Escola de Música Improviso.

Cruzou-se com o Jazz, num curso de Verão em 2009, no CCB - o Lisbon Jazz Summer School.

Estudou 3 anos no Hot Clube de Portugal e aos 17 concorreu à Escola Superior de Música de Lisboa, onde se licenciou em Jazz, na variante canto.

Estudou em Paris, durante o 3º ano da licenciatura, no CNMDP (Conservatoir National Supérieur de Musique et de Danse de Paris).

Consolidou a sua formação com a realização de cursos e workshops, ao longo dos seus anos de estudo musical.

O que levou Beatriz a seguir a sua formação?

Beatriz descobriu cedo que a sua área e grande paixão, eram as artes.

Não sabia qual o caminho a seguir, mas sabia que as artes eram o destino final: fosse pela Dança, pelo Teatro, pela Música ou pela Pintura.

Desde muito cedo o canto fez parte da sua vida, mas foi apenas no Lisbon Jazz Summer School que percebeu que era aquele o grande destino da sua viagem.

A partir daí, seguiu a formação que havia disponível e relembra o Hot Club como um lugar muito especial: foi lá que conheceu amigos e músicos, que tocam hoje com ela e que espera que a acompanhem para sempre.

A ESML (Escola Superior de Música de Lisboa) foi um local para evoluir e descobrir novos caminhos - as aulas de voz que teve com a Maria João abriram-lhe portas e fizeram-na perceber que, apesar de adorar o Jazz e a sua linguagem, o que queria realmente fazer, era algo diferente.

Por fim, o percurso em Paris foi o começo da sua história enquanto compositora e o começo do seu Insects, o primeiro Projeto de Música original da cantora.

Quando terminou a licenciatura, considerou a hipótese de fazer um Mestrado mas não queria que fosse em Portugal.

Fez algumas pesquisas no Estrangeiro mas estava demasiado entusiasmada em formar a sua banda e concretizar o seu projeto e acabou por decidir explorar a sua arte, a sua Música e só mais tarde, ficar Mestre nela.

Até hoje, considera ter tomado a decisão certa.

Hoje

Atualmente, vive em Lisboa e trabalha no seu Projeto de Música original, o seu Insects.

Paralelamente, dá aulas de voz em algumas Escolas e compõe Música para outros projetos que vão aparecendo.

Até agora, os resultados têm sido muito bons: O seu projeto de Música original tem tido muito feedback positivo e a cantora tem cada vez mais prazer em compor novas músicas.

Está a gostar imenso de dar aulas de voz e considera que tem aprendido muito com elas.

Começou recentemente a integrar projetos de grupos de Teatro e tem sido uma experiência muito interessante - o Teatro sempre foi uma área que fascinou Beatriz e, fazer parte de uma peça e entender todo o seu processo, tem sido uma viagem muito positiva e enriquecedora.

Podem ouvir, em todas as plataformas digitais, o seu EP, Insects, nomeadamente no Itunes e no Spotify.

Videoclipe: You Know

Portugal, para Beatriz

Beatriz considera que Portugal lhe deu algumas oportunidades. Muitas outras, teve de procurar sozinha.

Existem muitos músicos no nosso País e há muitas pessoas curiosas que sabem procurar e encontrar talentos novos.

No entanto, confessa, que a nível académico, o que há disponível na área da Música, não corresponde ao que gostava de ter tido como opção de escolha.

Considera ainda que, no nosso País, é muito complicado conseguir bolsas, apoios, locais para tocar e um público para assistir aos espetáculos.

Quando viaja para outros países e visita Faculdades de Música, fica espantada com a quantidade de material a que os alunos têm acesso - em Portugal, isso não acontece, "nem de perto nem de longe", refere Beatriz.

De qualquer modo, para a cantora, muito do que é fazer Música não se aprende nem está presente numa Escola.

E, fora da Escola, em Lisboa, muitos locais são fonte de inspiração para Beatriz.

O Futuro e um Balanço do Passado

Os planos para o seu Futuro incluem a gravação de um disco (uma espécie de continuação do seu Insects), continuar a escrever música e a fazer concertos ao vivo.

Compõe músicas em português e, para já, quer manter esse registo.

Um forte desejo da cantora é começar a atuar mais no Estrangeiro e fará disso um objetivo a cumprir.

Portugal, faz parte do Futuro de Beatriz?

A cantora confessa que, por agora, está bem aqui - Portugal é um País onde quer viver e, eventualmente, num futuro ainda não muito próximo, constituir Família.

Contudo, enquanto artista, quer viajar, conhecer outros sítios, outras pessoas e outras culturas. Para ela, isso é muito importante, ainda que não tenha a certeza se é a opção mais viável.

Beatriz quer ter o que conseguir, viver ao máximo e aproveitar todas as opções viáveis em mais do um local. Não sabe se isso é possível mas... é o que quer e fará por isso!

(E nós concordamos! O céu é o limite!)

O que é que Beatriz gostava que tivesse sido diferente?

A cantora gostava que as Escolas onde andou tivessem sido mais completas e que a tivessem preparado para o mundo da Música.

Na Escola e no Meio do Jazz, não se dá importância a aspectos do mundo do espectáculo que, hoje em dia, são fulcrais; nomeadamente: marketing, imagem, falar em público...

Tem sido uma aprendizagem para Beatriz e considera que a Escola a devia ter preparado um bocadinho melhor para estas questões.

Mas, como para a cantora a Escola não é tudo, considera igualmente que é preciso fazer muita pesquisa fora dela.

Considera ainda que o ensino da Música devia ser gratuito numa fase inicial ou, pelo menos, mais acessível - sente-se uma privilegiada quando não é suposto porque a Música não devia ser um luxo.

Para além das questões relacionadas com a Educação e Formação, Beatriz sentiu muita disparidade de direitos por ser mulher, mesmo quando era mais nova.

Existe um grande preconceito em relação às cantoras - ser cantora é ser músico.

Beatriz, é cantora e compositora e não compreende porque é que um homem parece ter sempre mais valor.

É um assunto que se fala muito e, para Beatriz, é um assunto que está na moda e ainda bem que está.

Ser mulher é mais difícil em qualquer área e em qualquer parte do Mundo e isso tem que mudar - e a cantora espera que, a sua música, possa ajudar.

Fotografia: Teresa Queirós®

De que Beatriz mais se orgulha em si própria?

"Fiquei algum tempo presa a esta questão", confessa. Considera ser difícil responder a esta pergunta sem se parecer convencida.

Ainda bem que optou por responder porque, temos de ser humildes mas também temos que ter consciência do nosso valor e daquilo que merecemos.

Assim, Beatriz :

Orgulha-se de ter sido fiel aos seus gostos, de ter assumido a sua perna fora do Jazz e de estar a fazer o que gosta.

Orgulha-se, ainda, de se saber rodear de pessoas talentosas, que gostam de si e que acreditam na sua música.

 

Para mim, Beatriz é um exemplo não só de alguém que resolveu seguir a sua paixão, mas também de uma Mulher que não se deixou diminuir num Mundo que, infelizmente, ainda não vê as mulheres e os homens da mesma maneira.

A prova que ela nos dá é que, com esforço e dedicação, conseguimos seguir os os nossos sonhos e fazer deles a nossa profissão e o nosso dia-a-dia.

Espero que ela vos inspire tanto a vocês como me inspira a mim e que a acompanhem a partir de hoje, nomeadamente, assistindo aos seus concertos.

O próximo é já dia 10 de Março, em Ovar.

Para que não vos falte informação nenhuma, deixo-vos o Site, Facebook e Instagram de Beatriz.

Muito obrigada,

Marta

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